Somos um grupo de pesquisa que assumiu o desafio de expressar diferentes modos de pensar e produzir conhecimento no campo da Saúde Coletiva. Uma comunidade expressiva de experiências como produção de saúde, e da vida, em resistência aos modos priorizados de pensar e agir em saúde.

Clínica Médica, Saúde Pública e Subjetividade: conversas com David Armstrong

Clínica Médica, Saúde Pública e Subjetividade: conversas com David Armstrong

Sérgio Resende Carvalho - Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Estadual de Campinas - UNICAMP

Este texto busca sintetizar, em forma de uma ‘entrevista’, diversas conversações que tive com o prof. Armstrong durante minha estadia em Londres nos anos de 2014/2015, na condição de pesquisador visitante junto ao King’s College de Londres(b).
Enquanto professor de Saúde Coletiva, após ampla revisão da produção teórica de Armstrong, busquei explorar algumas questões que me parecem de especial interesse para os debates acadêmicos e intervenções junto ao Sistema Único de Saúde no Brasil. Medicina – como uma invenção e um importante mecanismo de saber e prática que fabrica a ‘doença’, o corpo-sujeito – a função da clínica, rede de atenção e cuidados, risco e Saúde Pública são alguns do temas sobre os quais aqui buscamos refletir.
Parece-nos que, em suas investigações, Armstrong logra contribuir para avançar um dos objetivos centrais às investigações de Michel Foucault nas quais o filósofo busca ‘criar uma história dos diferentes modos pelos quais, em nossa cultura, o ser humano se produz (e é fabricado) como sujeito’. Ao refletir, em seus estudos genealógicos, sobre o papel do discurso na constituição do sujeito, a discontinuidade e rupturas do pensamento e o papel significativo do acaso e da contigência na produção do ‘real’, parece-nos que Armstrong dá seguimento a uma tradição que tem como objetivo, mais do que entender o presente por meio da análise do passado, perturbar nossas autoevidências do presente. Um tipo de pesquisa que indica, para nós, a instabilidade que é inerente ao nosso presente e nos convida a imaginar e fazer possível ‘um outro mundo’1 .
Cientes da complexidade das questões aqui tratadas, procuramos sugerir, ao leitor, textos (vide referências) que o permitam uma apreciação mais profunda dos temas que aqui discutimos.

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